Putin assiste ao primeiro exercício nuclear russo desde a invasão da Ucrânia

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Mísseis balísticos e de cruzeiro foram lançados do Ártico ao Extremo Oriente da Rússia, informou o Kremlin. Os Estados Unidos foram informados sobre o exercício sob os termos do tratado de armas New Start.

Os lançamentos ocorrem no momento em que a Rússia faz alegações infundadas de que a Ucrânia estaria planejando utilizar uma “bomba suja”, um explosivo misturado com material radioativo.

As alegações russas foram amplamente rejeitadas pelos países ocidentais e consideradas falsas. Kiev, por sua vez, alertou que tais alegações indicam que Moscou é quem poderia estar preparando um ataque como este.

O último exercício nuclear russo ocorreu cinco dias antes de invadir a Ucrânia. Antes desse último exercício, oficiais militares em Washington apontaram que, ao notificar os Estados Unidos, os russos estavam cumprindo as obrigações de controle de armas.

A Otan também está realizando seus próprios exercícios nucleares, apelidados de Steadfast Noon, no noroeste da Europa. A aliança ocidental informou que voos de treinamento envolvendo 14 países ocorrerão até domingo sobre a Bélgica, o Reino Unido e o Mar do Norte.

Os exercícios da Rússia estavam sendo realizados em um cenário de campanha fraca no sul e leste da Ucrânia.

Moscou enviou tropas para a cidade chave de Kherson, no sul do país, para defendê-la. A Rússia tomou Kherson ainda nos primeiros dias da guerra, mas recentemente ficou sob pressão das tropas ucranianas que avançam na retomada de territórios.

O Ministro da Defesa, Sergei Shoigu, em entrevista para um canal de TV russo, disse que o objetivo do exercício era para que o comando e o controle militar realizassem “um ataque nuclear maciço das forças nucleares estratégicas em retaliação ao ataque nuclear do inimigo”.

Ainda de acordo com ele, um míssil balístico intercontinental Yars foi lançado de uma base de lançamentos espaciais localizada em Plesetsk, cerca de 800 km ao norte de Moscou, e um míssil balístico Sineva foi disparado do Mar de Barents para Kura na província de Kamchatka, no Extremo Oriente da Rússia. “Todos os mísseis atingiram seus alvos”, acrescentou.

Uma foto tornada pública nos principais meios de comunicação da Rússia mostra o presidente Putin assistindo a um vídeo dos lançamentos.

O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, disse na quarta-feira, 26, que “minha opinião pessoal é que Putin não usará armas nucleares”. Em um discurso à nação em setembro, Putin disse que seu país tinha “várias armas de destruição” e “usaria todos os meios disponíveis para nós”, acrescentando: “Não estou blefando”.

Após os comentários, o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, disse à BBC que “é um momento perigoso [na guerra] porque o exército russo foi encurralado, e a reação de Putin – ameaçando usar armas nucleares – é muito ruim”.

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Rodrigo Costa tem 40 anos e é jornalista com MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político. Já atuou em rádios e emissoras de televisão de Poços de Caldas como a Difusora AM e a Transamérica FM. Desde 2016 também atua em assessorias de comunicação e coordenadoria geral de campanhas eleitorais.
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