Primeira-ministra do Reino Unido anuncia renúncia após 45 dias de governo

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A primeira-ministra britânica Liz Truss anunciou a sua renúncia ao cargo de Primeira Ministra após longas semanas de críticas de seus oponentes e também de membros do seu próprio partido, além da saída do governo de dois dos seus principais nomes para formar o gabinete.

Truss disse que permanecerá como primeira-ministra até que um sucessor seja escolhido. Ela disse que uma eleição para definir o novo líder dos Conservadores deve ser concluída na próxima semana.

Também em seu discurso, Truss disse que assumiu o cargo em um momento de grande instabilidade econômica, que foi eleita para realizar mudanças, mas que reconhece não ser mais capaz de concluir o mandato.

Ela anunciou sua renúncia em rápidas palavras ao lado de fora da residência do primeiro-ministro em Londres.

Com apenas seis semanas de mandato, Truss se tornou a líder política com o mandato mais curto da história política britânica. Uma série de erros – considerados extremamente significativos – fez com que grande parte dos políticos e dos formadores de opinião entendessem que ela abandonou os planos e caminhos traçados durante a campanha que a levou ao cargo. As reações negativas dos mercados financeiros ao seu plano econômico pôde ser considerado o ponto final do seu mandato.

Juntamente com seu amigo e aliado político Kwasi Kwarteng, nomeado por ela como Chanceler do Tesouro, Truss assumiu o cargo prometendo cortar impostos e impulsionar o crescimento econômico do país por meio da chamada “economia de gotejamento”.

PARA ENTENDER

Embora não seja uma definição dada por economistas, a economia do gotejamento funciona de forma com que os benefícios concedidos às classes mais ricas – por exemplo, do ponto de vista fiscal – favorecem toda a sociedade e “gotejam” também sobre os pobres.

Substancialmente, segundo essa tese, quando o líquido (a riqueza) dentro do copo aumenta, em certo ponto, transborda e escorre para baixo, provocando repercussões favoráveis tanto sobre a classe média quanto sobre os mais pobres.

SEM CREDIBILIDADE

O plano, como consequência, fez com que houvesse uma disparada das hipotecas, enquanto os custos de importação também começaram a aumentar para as empresas. Ao longo de várias semanas, Truss foi forçada a reverter seus planos peça por peça até que finalmente demitiu Kwarteng e o substituindo-o por Jeremy Hunt.

Em poucos dias, Hunt cancelou quase que por inteiro o restante do programa econômico de Truss. Com isso, oponentes dentro e fora do seu partido começaram a pedir que ela deixasse o cargo.

Poucos dias depois, outra polêmica: a Ministra do Interior Suella Braverman, foi forçada a renunciar ao cargo por enviar um documento confidencial do governo de uma conta de e-mail pessoal. Em sua carta de demissão, ela expressou preocupação com “a direção do governo” e acusou Truss de, nas últimas semanas, não praticar um “política séria”.

Truss substituiu Boris Johnson como primeiro-ministro no início de setembro. Johnson foi forçado a sair por seu partido depois que foram levantadas questões sobre atitudes como Primeiro Ministro em meio a uma série de escândalos.

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Rodrigo Costa tem 40 anos e é jornalista com MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político. Já atuou em rádios e emissoras de televisão de Poços de Caldas como a Difusora AM e a Transamérica FM. Desde 2016 também atua em assessorias de comunicação e coordenadoria geral de campanhas eleitorais.
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