O pedido de desculpas da primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, não foi o suficiente para encerrar a crise política que vive a ilha britânica. A representante do Partido Conservador pediu desculpas pelos erros que cometeu durante suas primeiras semanas no cargo, enquanto tenta se manter no cargo e restabelecer seu papel como líder. O problema é que talvez seja tarde demais.
A crise política teve início há três semanas, após a apresentação por parte do governo de um plano fiscal com uma série de grandes cortes de taxas e impostos, além do aumento de crédito. A resposta dos mercados foi negativa. O ápice foi a demissão do ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng.
Cálculos revelam que o plano causaria um impacto negativo de 45 bilhões de libras aos cofres públicos – uma jogada audaciosa para um país que sofre com a alta rápida da inflação e que está prestes a entrar em recessão.
“Acredito que uma das marcas de um político honesto é dizer: ‘sim, cometi um erro'”, disse a Primeira Ministra à BBC. “Eu quis ajudar as pessoas com a questão da energia e dos altos impostos. Mas fomos longe demais e rápido demais. Eu reconheço”, ao tentar fazer um “mea culpa”.
Truss também prometeu seguir em frente com sua agenda de crescimento e insistiu que conduzirá o partido até a próxima eleição. “Continuaremos trabalhando para gerar crescimento econômico para nosso país e continuaremos a cumprir a nossa agenda”, frisou.
A maioria dos membros do Partido Conservador querem que Liz Truss renuncie imediatamente, apenas seis semanas depois de terem votado nela. Até o momento, o substituto favorito é o ex-primeiro-ministro Boris Johnson, de acordo com uma nova pesquisa entre os Conservadores.
PESQUISA
Uma pesquisa com membros do Partido Conservador revelou que, entre os nomes que disputaram com Truss, 55% agora votariam em Rishi Sunak, enquanto apenas 25% votariam em Truss, que está no cargo há 46 dias.
A pesquisa revela também que 55% dos conservadores consideram que Truss deveria deixar o cargo imediatamente, enquanto 38% acreditam que ela deva permanecer no cargo.
Para a sucessão, 63% acham que o ex-primeiro-ministro Boris Johnson seria um bom substituto, com 32% colocando-o como o principal nome, seguido por Sunak com 23%.
Eles também apoiariam Sunak como substituto, com 60% achando que ele seria uma boa saída, enquanto 47% acham que o novo chanceler Jeremy Hunt também seria um bom substituto.