Coluna Bastidores – 19/12/2023

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LIBERDADE

O ministro Alexandre de Moraes validou na última segunda-feira, 18, 38 acordos firmados entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e pessoas que respondem a ações pelos atos de 8 de janeiro em Brasília. Os acordos só foram negociados com quem estava em frente aos quarteis e não participou das invasões aos prédios públicos. O ministro também concedeu liberdade provisória a 46 acusados de participação nos atos, que continuarão a responder aos crimes mediante cautelares, como tornozeleira eletrônica. Entre eles está Alexandre Augusto Souza Carmo.

POR QUE EU?

Alexandre Carmo já deixou o presídio de Poços de Caldas onde ficou preso por 9 meses. Na manhã de hoje, terça-feira, 19, estava no PSF do bairro Cascatinha. Abatido, buscava atendimento médico. A fala é mais lenta do que o habitual. Na aparência, parece ter envelhecido muitos anos. Consigo agora carrega uma bíblia e afirma ter se convertido. Diz também não querer mais saber de política. A pergunta que faz o tempo todo a si e para os outros é: por que eu?

SOU INOCENTE!

Alexandre Carmo no PSF da Cascatinha na manhã desta terça-feira (19)

Como antes de ser preso, Carmo mantém a narrativa. Afirma ser inocente e que foi à Brasília como jornalista para cobrir os atos de 8 de janeiro – mas que a reportagem não foi publicada por seu celular ter desligado e, assim, ter ficado incomunicável. Ele também diz ter ido à capital por conta própria – apesar de fotos e vídeos registrarem sua presença em veículos bancados por financiadores locais. Questiona o papel da imprensa por ter divulgado o momento da sua prisão – exibida, inclusive, no Jornal Nacional da Rede Globo.

A PRISÃO

Candidato e a deputado federal em 2022, Alexandre Carmo (PSC) foi preso na manhã do dia 2 de março deste ano em um café no centro de Poços de Caldas. O registro exato do momento da sua prisão foi feito com exclusividade pela Coluna Bastidores. Seu mandado de prisão foi expedido na 6ª fase da Operação Lesa Pátria que investiga os atos do dia 8 de janeiro em Brasília. Em sua residência foram apreendidos um equipamento eletrônico e dois passaportes.

O FIM

Sobre os atos do dia 8 de janeiro, podemos dividir todos os envolvidos em vários grupos: os que estavam conscientes da ilegalidade da tentativa golpe de Estado; os que se equivocavam de boa-fé a respeito da suposta legalidade de uma “intervenção militar”; os que foram à Praça dos Três Poderes e participaram do ataque – seja por mera indignação, por espírito de manada ou por desejo premeditado de provocar um caos que levasse, quem sabe, à ação militar que terminasse com a ruptura; os que, na Esplanada, incitaram o quebra-quebra, mas, espertamente, não participaram dele para evitar um flagrante; e os que, tendo ido à Praça dos Três Poderes, não tiveram participação alguma na destruição, discordando dela. Qualquer brasileiro de bom senso e amante da justiça sabe que não é possível tratar da mesma forma todas essas pessoas. A pergunta que fica é: em qual destes casos Alexandre Carmo se enquadra?

COMENTÁRIO

A Coluna Bastidores de hoje é o ponto final de uma história que precisava ser contada. É de Roberto Shinyashiki a frase: “Assumir nossos erros exige muita coragem em um mundo que parece feito de pessoas que sempre ganham todas. Assumir nossa ignorância exige muita humildade nesse mundo de quem sabe tudo”. Que Alexandre Carmo tenha paz para se reconstruir e se recuperar.

RODAPÉ

A Coluna Bastidores de hoje contou com a colaboração de WM.

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Rodrigo Costa tem 40 anos e é jornalista com MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político. Já atuou em rádios e emissoras de televisão de Poços de Caldas como a Difusora AM e a Transamérica FM. Desde 2016 também atua em assessorias de comunicação e coordenadoria geral de campanhas eleitorais.
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