Um alerta emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em resposta à crescente detecção de surtos de gripe aviária em aves de países das Américas e a confirmação de dois casos de infecção humana por gripe aviária A(H5N1) no Camboja levaram a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a convocar uma audiência pública sobre o assunto para esta quarta-feira, 15.
A reunião, organizada pela Comissão de Agropecuária e Agroindústria da ALMG, acontecerá no Plenarinho IV, a partir das 15h. O autor do requerimento para realização da audiência pública é o vice-presidente da comissão, deputado Coronel Henrique (PL).
“Hoje o mundo vive uma emergência sanitária e já há casos positivos (de infecção animal) na Argentina e no Uruguai, que fazem fronteira com o Brasil. Então, devem estar estruturadas as medidas preventivas e ações de contingência para o caso de o País ter um caso positivo”, afirmou o parlamentar.
O deputado lembrou ainda que hoje o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. “Não devemos medir esforços para preservar isso. A expectativa de prejuízo seria enorme. O objetivo da audiência pública é verificar as ações tomadas pelo Poder Executivo no Estado e na União.
Os dois primeiros casos recentes de infecção em humanos pelo vírus da gripe aviária foram notificados à Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 23 de fevereiro e uma investigação do surto está em andamento. O primeiro caso confirmado foi de uma menina de 11 anos, no sul do Camboja. Ela apresentou sintomas no dia 16 de fevereiro e morreu no dia 22. As investigações laboratoriais confirmaram a contaminação do pai da paciente, que permaneceu assintomático.
Relatório
De acordo com as informações que constam no alerta publicado pela Opas, autoridades agrícolas do Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Honduras, México, Panamá, Peru, Venezuela e Estados Unidos detectaram, no início de 2023, surtos do vírus IAAP A (H5N1) em aves domésticas, de granjas ou selvagens.
Ainda segundo o relatório da Opas, a detecção de surtos de gripe aviária em oito países da América Latina e do Caribe é uma situação inédita, nunca registrada. Até o momento, foram notificadas duas infeções humanas causadas pela influenza aviária A (H5), a primeira nos Estados Unidos, em que o subtipo A (H5N1) foi identificado e notificado em 29 de abril de 2022, e a segunda no Equador, que foi notificada em 9 de janeiro de 2023.
Em virtude disso, as instituições de saúde pública recomendam o fortalecimento da vigilância de doenças respiratórias em populações animais e humanas, a investigação minuciosa de todas as infecções zoonóticas e o planejamento da preparação para influenza pandêmica.
Sempre que os vírus de influenza aviária circulam entre aves de granja, existe o risco de ocorrência esporádica de casos humanos devido à exposição a aves infectadas ou a ambientes contaminados.
De acordo com o relatório da Opas, de 2003 a 11 de novembro de 2022, um total de 868 casos humanos de infecção por influenza A (H5N1) e 457 mortes foram reportados em todo o mundo, em 21 países.
Diversas autoridades estaduais e federais da área de saúde foram convidadas para a audiência pública. Já confirmaram sua participação, entre outros, a auditora fiscal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Denise de Magalhães Viegas, e o vice-presidente do Comitê Estadual de Sanidade Avícola de Minas Gerais (Coesa/MG), Leonardo Ruiz.
Também confirmaram participação representantes do Instituto Mineiro de Agropecuária e da Associação de Avicultores de Minas Gerais, entre outros.
