TSE suspende lançamento de documentário que sugere atentado a Bolsonaro

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu até o dia 30 de outubro o lançamento e a exibição do documentário sobre o episódio da facada envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PL) produzido pela Brasil Paralelo. Além disso, também passa a ser proibido o impulsionamento nas redes sociais de qualquer tipo de material da plataforma com conteúdo político-eleitoral. A decisão é do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves.

MODUS-OPERANDI

Em relação ao impulsionamento, a lei eleitoral é clara ao dizer que anúncios eleitorais pagos durante o período eleitoral podem ser feitos exclusivamente pelos candidatos e com o devido registro na Justiça Eleitoral. A justificativa para a decisão, portanto, se baseia na narrativa de que a produtora Brasil Paralelo reforça a narrativa de Bolsonaro em suas publicações.

De acordo com dados tornados públicos, ao longo do mês de outubro, a Brasil Paralelo gastou aproximadamente R$ 500 mil no impulsionamento e divulgação do documentário sobre a facada em Bolsonaro ocorrida durante o processo eleitoral de 2018.

O material faz parte de uma série de episódios que abordam investigações criminais. Todos eles costumam apresentar 3 possibilidades para a possível autoria do crime. Uma das hipóteses levantadas, sempre, envolve o Partido dos Trabalhadores (PT) como possível autor. Foi assim com os episódios que abordaram as mortes de Celso Daniel, Toninho do PT e Teori Zavascki.

RETROSPECTO

Pouco antes da realização do primeiro turno, a Brasil Paralelo passou a atuar de forma mais clara como um dos braços na internet da campanha de reeleição de Jair Bolsonaro – especialmente com anúncios pagos. O sucesso da plataforma, porém, teve início bem antes.

Em 2021, quando Bolsonaro passou a confrontar de forma muito mais clara o STF, especialmente durante a pandemia, a Brasil Paralelo lançou em suas plataformas o documentário “Os 11 Supremos”. Ainda durante esse período, outro material foi disponibilizado para dar embasamento a Bolsonaro em relação à sua atuação durante a pandemia. Na sequência, “Cortina de Fumaça” abordou o desmatamento da Amazônia sob o ponto de vista do negacionismo em relação às mudanças climáticas com ataques a ONGs que protegem a Amazônia. Em pouco tempo, a Brasil Paralelo saltou de 15 mil para 260 mil assinantes.

DECISÃO

Com a decisão do ministro Benedito Gonçalves, a Brasil Paralelo poderá lançar o documentário sobre a facada no presidente Jair Bolsonaro apenas após as eleições – quando o interesse pelo material tende a ser muito menor. Um duro golpe em sua estratégia de marketing. Além da Brasil Paralelo, o TSE também suspendeu os canais de direita Folha Política, Foco do Brasil e Dr. News.

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Rodrigo Costa tem 40 anos e é jornalista com MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político. Já atuou em rádios e emissoras de televisão de Poços de Caldas como a Difusora AM e a Transamérica FM. Desde 2016 também atua em assessorias de comunicação e coordenadoria geral de campanhas eleitorais.
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