A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Poços de Caldas que investiga denúncias de irregularidades na saúde no município, convocou a servidora Mariângela Tassinari, fiscal de um contrato de R$ 16 milhões com a empresa terceirizada Hygea, para prestar depoimento na manhã dessa terça-feira, 13.
Durante o período em que esteve reunida com os vereadores que integram a CPI, Mariângela informou que não tinha conhecimento até a semana passada de que figurava como fiscal de contrato. De acordo com ela, a informação chegou ao seu conhecimento após a publicação da informação nas redes sociais por um vereador. “Uma amiga viu e me enviou. Foi quando tomei conhecimento”, disse.
No dia seguinte, já sabendo que que figurava como fiscal de um contrato de R$ 16 milhões, a servidora disse ter se dirigido à Secretaria Municipal de Saúde onde recebeu a confirmação da informação. Ao questionar uma servidora comissionada sobre o fato, Mariângela ouviu que isso se deu por haver uma relação de confiança.
O depoimento da servidora também chama a atenção por outro detalhe. No contrato com a Hygea, ela consta como fiscal a partir de 18 de março de 2022 – um dia depois ter se afastado do trabalho por problemas de saúde, inclusive, com internação em um hospital particular do município por 4 dias. Questionada pelo vereador Douglas Souza (União Brasil) se teria um atestado que comprovasse a internação, ela respondeu que o mesmo já se encontra com o setor de Medicina do Trabalho da Prefeitura.
Para o vereador Diney Lenon (PT), o fato de a servidora não saber que é fiscal do contrato, faz com que fique caracterizado a ausência de um.
ASSINATURAS
Ainda em depoimento, Mariângela relatou que as únicas assinaturas que lhe foram solicitadas nos últimos anos diziam respeito à confirmação ou não dos médicos da Hygea no local de trabalho e a quantidade de consultas de cada um durante o período em que atuou no Núcleo de Especialidades da COHAB.
Quanto a esse fato, a servidora relatou que em um primeiro momento, relutou em assinar esses papéis, mas que foi questionada pelo então Secretário Adjunto de Saúde, Flavio Togni de Lima e Silva (PSDB). Por fim, acabou cedendo.
Mariângela Tassinari é enfermeira, pós graduada em ginecologia e obstetrícia e saúde pública. Questionada pelo vereador Diney Lennon se aceitaria ser fiscal de contrato da Hygea, respondeu categoricamente que não.