REPERCUSSÃO
A entrevista do prefeito Sergio Azevedo (PSDB) para o podcast “A Janela” na segunda-feira, 3, continuou a repercutir ontem, terça-feira, 4. Há quase um consenso de que esta talvez não tenha sido uma das suas melhores performances em frente às câmeras. De qualquer forma, alguns pontos merecem ser observados. Em especial no que diz respeito aos apresentadores Marcelo Cagnani e Ciro Peres que conduziram a entrevista de forma bastante elegante, inteligente e profissional. Tenho certeza, aliás, que este foi um dos motivos da alta repercussão. Passaram credibilidade.
DERRAPADAS
Nas quase duas horas e meia de duração da entrevista seria anormal se Azevedo não derrapasse. O problema é que dessa vez ele derrapou um pouco além do normal. Cometeu um deslize ao não saber detalhes sobre a licitação recém realizada para a manutenção da estrutura do monotrilho, admitiu que ainda não há nenhuma certeza em relação a termos na cidade um posto de emissão de passaportes – embora tenha anunciado durante a eleição do ano passado como fato consumado – e acabou por levantar uma grande polêmica envolvendo a “Sinfonia das Águas”.
AFIRMAÇÃO
“Era um equipamento caro. Nós não tínhamos dinheiro para fazer. Ficava devendo, não pagava. Ou eu fazia apenas a “Sinfonia das Águas” e parava a secretaria de Cultura inteira ou eu parava com a “Sinfonia das Águas” e mantinha e secretaria de Cultura com mais de 300 ou 400 artistas trabalhando”, disse o prefeito durante a entrevista. Ainda de acordo com ele, para que fosse mantido, haveria um custo para os cofres públicos em torno de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por ano.
RÉPLICA
Não demorou para que o assunto começasse a ferver na classe artística. Na página da “Sinfonia das Águas” no Facebook, um post informou que “o projeto era mantido através de projetos de leis de incentivo durante toda sua execução sem jamais depender de qualquer receita oriunda da Prefeitura Municipal ou da secretaria municipal de Cultura de Poços de Caldas”. Ainda de acordo com a publicação, os dados são de acesso público e estão disponíveis no portal da transparência.
DESAFIO
Já o Maestro Agenor Ribeiro Netto, em mensagem enviada pelo WhatsApp, disse que desde a gestão anterior à do atual prefeito, a “Sinfonia das Águas” foi realizada integralmente através da Lei Rouanet, sem nenhum custo para a administração municipal, com exceção da montagem do palco. “Desafio publicamente o prefeito Sérgio Azevedo a provar o contrário. Se não provar, vamos acioná-lo juridicamente sobre as mentiras que disse pois elas comprometem não só o meu nome como o da Orquestra Sinfônica de Poços de Caldas”, diz o texto.
COMENTÁRIO
Não deixa de ser curioso que um prefeito que costuma processar adversários por calúnia e difamação agora seja acusado de praticar o mesmo. Fica, portanto, o desafio do Maestro.
E a mentira não foi somente sobre o custo da sinfonia, mas também sobre a participação dos artistas de Poços eu mesmo me apresentei diversas vezes na sinfonia, assim como varios outros cantores, tais como: Rodrigo Lee, Pedro Bertozzi, Jesuane Salvador, Daiane, Gabriel Guerra, entre outros. Da mesma forma grande parte da orquestra é de músicos de Poços, muitos inclusive, dos nossos mais conceituados profissionais. E não para por aí, tinha também um trabalho lindo do pessoal da dança que participou de todas as sinfonias. E pra finalizar gostaria de inclusive informar que no grupo da câmara setorial da música, um músico que integrou a “banda sinfônica” do conservatório, relatou que não recebia pelas apresentações realizadas em alguns eventos municipais, no entanto, temos ciência de que a banda vem sendo contratada pela prefeitura, através de um empresa local, que representa a banda, o que nos chama a atenção pelo motivo de que servidores municipais “não podem serem contratados pelo município, mas a ilegalidade vem sendo maquiada, da mesma forma que também ocorre em outras contratações da cultura e do turismo. São muitas as contradições da administração atual.