Coluna Bastidores – 03/03/2023

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PRESO

Ao longo dos últimos dias, Alexandre Carmo (PSC) passou a circular tranquilamente pelas ruas de Poços de Caldas mesmo com um mandado de prisão expedido contra si durante a 6ª fase da Operação Lesa Pátria por envolvimento nos atos golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro. Não localizado pela Polícia Federal quando membros da corporação estiveram em sua residência – onde apreenderam um aparelho eletrônico e dois passaportes – desapareceu por alguns dias até que tivesse coragem de dar as caras novamente.

UNIÃO

Carmo foi preso ontem, quinta-feira, 2, no centro de Poços de Caldas – aproximadamente 15 dias após a expedição do mandado.  Antes, porém, conseguiu a proeza de unir a direita e a esquerda. Ambos queriam que ele se entregasse. Por diferentes motivos, claro. O primeiro grupo defendia a tese de que ele devia cumprir a ordem da Polícia Federal e provar sua inocência. O segundo, sem muito mistério, para que ele possa pagar por ter participado de toda a confusão em Brasília.

Registros em primeira mão do site Coluna Bastidores do momento em que Alexandre Carmo foi preso no Centro de Poços de Caldas.

A OPERAÇÃO

Mas, afinal, por que a demora na sua prisão? Simples. A Polícia Militar estava com dificuldades em ter acesso no sistema ao mandado expedido contra ele pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Na noite de quarta-feira, 1º, policiais à paisana já monitoravam seus passos. Sabiam que ele havia transitado tranquilamente pelas ruas do Centro durante a tarde – inclusive batendo ponto no café onde foi preso e que à noite estava no bairro da Cascatinha. Também já tinham a informação de que ele havia voltado a residir em seu imóvel na Avenida Santo Antônio.

TIC TAC

O objetivo dos policiais era de efetuar a sua prisão já na noite de quarta-feira. O que impediu foi o fato de só terem tido acesso ao mandado após às 20h – período em que até às 6h do dia seguinte apenas podem ser realizadas prisões em flagrante.

RONALDINHO GAÚCHO

A prisão de Alexandre Carmo transcorreu de forma tranquila – mas com uma curiosidade sensacional. Quem acompanhou toda a ação de perto foi o empresário Waldir Miguel que casualmente passava no local. “O que ele queria, estava dando sopa andando por aí”, disse o hoteleiro a uma pessoa que o abordou enquanto o então foragido era conduzido à viatura policial. Um rolê aleatório no melhor estilo do jogador Ronaldinho Gaúcho.

BATE PAPO

Logo após os atos do dia 8 de janeiro, este jornalista foi procurado por Alexandre Carmo também no Centro de Poços de Caldas. Disse que estava sendo vítima de fake news e que de fato esteve em Brasília nos atos do dia 8 – porém para atuar como correspondente internacional. Conforme a conversa progrediu, admitiu que estava no lugar errado e na hora errada e já sabia que a foto que publicou na Capital Federal poderia lhe trazer problemas. Do que contou, o que mais chamou a atenção foi uma de suas falas sobre a fama que a exposição lhe trouxe. “Passei a receber diversas cantadas e elogios de mulheres nas redes sociais”, disse.

FIGURA PITORESCA

Se Alexandre Carmo queria ficar famoso, enfim, conseguiu. Sua foto no dia em que foi realizada a 6ª fase da Operação Lesa Pátria circulou em veículos de grande alcance no país, como o Jornal Nacional da Rede Globo. Resta saber se o fato lhe dará mais votos do que os 33 obtidos em 2020 na eleição para vereador em Poços de Caldas.

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Rodrigo Costa tem 40 anos e é jornalista com MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político. Já atuou em rádios e emissoras de televisão de Poços de Caldas como a Difusora AM e a Transamérica FM. Desde 2016 também atua em assessorias de comunicação e coordenadoria geral de campanhas eleitorais.
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