CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga possíveis irregularidades em contratos da secretaria municipal de Saúde durante a gestão de Carlos Mosconi (PSDB), recebeu na manhã de ontem, terça-feira, 16, Vanderson Zagalio – responsável pela escala de médicos que prestam ou prestavam serviços por algumas empresas terceirizadas com contratos com o município e objetos de investigação. Zagalio é uma peça importante no quebra-cabeças da CPI – tal como sua esposa, a médica Juliana Maranhão. Zagalio, por sinal, iniciou sua participação na oitiva com a tradicional tática do apelo emocional. Citou Juliana e o filho. Disse que ambos foram obrigados a mudar de residência após a questão dos contratos com as empresas terceirizadas virem à tona. Ao menos, nesse ponto, o depoente não mentiu. Hoje, a família mora em uma chácara afastada da cidade.
QUESTIONAMENTOS
Alguns pontos do depoimento chamam a atenção. Zagalio alegou, por exemplo, ser sócio das empresas investigadas com cotas que correspondem a 0,01% – o que o caracterizaria como um profissional liberal. Ao vereador Kleber Silva (Novo), citou todas as empresas contratadas com as quais mantém vínculos. Disse desconhecer que a empresa Hygea, que mantém contrato com a secretaria de Saúde, seria objeto de investigação. Afirmação que, por si só, contradiz a fala seguinte, quando afirmou não ter conhecimento do teor da CPI.
MISTER M
Vanderon Zagalio é o responsável pela escala dos médicos contratados pelas empresas terceirizadas. Afirmou, porém, que não mantém contato com os representantes legais dessas empresas e que envia as escalas sem saber quem seria o destinatário – ou seja, quem responde pelo recebimento dessas informações. Isso, por si só, fere uma das clausulas dos contratos que diz que “compete à contratada, indicar por escrito um representante qualificado para coordenar a execução dos serviços – papel desempenhado por ele. Ele não conhece quem o indicou? Estranho, no mínimo.
PAGAMENTOS
Outro ponto curioso foi quando o vereador Silvio de Assis (MDB) questionou Zagalio a respeito dos pagamentos aos médicos contratados. O depoente alegou desconhecer o processo. Importante ressaltar que era ele quem negociava e efetuava a contratação dos profissionais. Estranho não saber como se davam os pagamentos.
O FATO É QUE…
Vanderson Zagalio tentou ludibriar os vereadores que integram a CPI da Saúde. Resta saber se eles pretendem deixar o fato passar batido.
10 DE MAIO
O médico Álvaro Ianhez, de 77 anos, foi preso na cidade de Jundiaí. Ele foi condenado em abril do ano passado a 21 anos de prisão pela morte e retirada ilegal de órgãos do menino Paulo Pavesi, de 10 anos, morto em 2000, em Poços de Caldas.
11 DE MAIO
Carlos Mosconi lança publicamente o nome de Sergio Azevedo ao cargo de governador do estado de Minas Gerais.